domingo, 1 de maio de 2011

MIni Forja Com Lata de Conserva

Essa é a mais antiga gambiarra que eu registrei e postei na internet, tudo começou quando precisei dobrar uma barra de aço e pela falta de recursos, o trabalho foi multiplicado por 1.000. Todos sabem que metal aquecido fica mais maleável, então o caminho seria esse. Dei uma pesquisada na net e descobri o princípio de funcionamento de uma forja. Mas não uma forja para cuteleiro, minha necessidade é bem menor, assim como a disponibilidade de material e tempo. A melhor maneira de aprender é errando. Custa mais caro e dá trabalho, mas rende boas histórias.
Minha primeira tentativa foi usando uma lata de extrato de tomate. Retirei o fundo com um abridor de latas comum e ali fixei uma ventoinha de computador. Fiz furos nos lados e passei uns arames onde o carvão ficaria apoiado. Como o calor seria soprado pra cima, a ventoinha não sofreria danos (foi o que eu pensei). A princípio funcionou muito bem, até que pequenos pedaços de carvão passaram pelos arames e caíram sobre a ventoinha. Conclusão, a hélice caiu no meu pé e o carvão veio logo atrás.
De volta à prancheta!
Desta vez fiz diferente. Usei uma nova ventoinha (ta vendo como é bom guardar tranqueiras?), uma lata de Smirnof Ice e uma lata de extrato de tomate. Retirei a tampa da lata de Ice e apertei uma madeira contra a lateral até que ela ficasse chata. Coloquei a boca da outra lata em cima e risquei. Com um estilete fui cortando e abri um buraco por onde a lata de extrato foi passada, depois as frestas foram vedadas com Durepoxi.





 Na boca da lata de Ice coloquei a ventoinha e prendi com fita adesiva mesmo. Ficou meio serviço de porco, mas é um improviso, depois do juízo final prendo direito.



Na lata de extrato de tomate fiz 4 furos e passei arames, sobre eles coloquei três camadas de tela fina de arame, pra que o carvão fique bem apoiado mas o vento não seja barrado



Por fim com 4 bolinhas de Durepoxi fiz pés para que a lata não tombasse




 Depois que o Durepoxi secou, ela estava pronta pra usar. Coloquei um pouco de papel sobre a tela e carvão por cima. Molhei tudo com um pouco de querosene e acendi. Depois liguei uma fonte de telefone sem fio na ventoinha e pronto, era só esperar o carvão incandescer 




 Pra regular a força do vento, e consequentemente a temperatura e consumo de carvão, eu coloquei uma caixa de fósforos vazia na frente da ventoinha, assim ela puxa menos ar.
Como a forja é a carvão, dá pra ver nas últimas fotos que ela faz um pouco de sujeira, então nem pensar em usar dentro de casa. Na foto seguinte pode-se ver que a lata está incandescente, tamanho é o calor.




 Aqui a ponta do vergalhão já branca de tão quente.



Vergalhão não pega têmpera, então a esfriada na água foi só mise-en-scéne



Depois de usada ela ficou nesse estado.



A tinta queimou toda, o Durepoxi ficou preto, mas a lata de cima resistiu e tanto a de baixo quanto a ventoinha estão perfeitas, em plenas condições de uso.
Com uma forjinha destas, que custa o que se tem jogado num canto de casa, dá pra amolecer metais pra moldar na marreta, ou dobrar peças muito duras. O uso fica por conta de cada um, lembrando sempre que isso é um quebra galho, você não vai forjar a espada de Thundera em casa.
Pra quem quiser, tem um filminho absolutamente tosco mostrando melhor o teste, é bem aqui:



Como gostei da brincadeira, em breve farei uma maior.
Quem animar e fizer a sua, conte a história.

Tabela de Leitura de Resistores

Muita gambiarra leve um toque de eletrônica, e mesmo quem sabe bem pouco, ou já soube e esqueceu (meu caso), ainda consegue se virar com o que tem à mão. Uma coisa que nunca é de mais ter por perto é a tabele de leitura de códico de cores, usada principalmente em resistores, mas também em antigos capacitores de poliéster. Olhando meus antigos papiros, encontrei uma boazinha, e refiz no computador. Deixo aqui para quem quiser pegar. Clique na imagem que ela aumenta.